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terça-feira, 28 de setembro de 2010

Comer, Rezar, Amar

Com mais de 4 milhões de cópias vendidas, o livro Comer, Rezar e Amar é sucesso absoluto e serviu de inspiração para o filme com mesmo título.

"Às vezes, é preciso arriscar tudo para se sentir livre." Com este lema, ambos relatam a busca da autora, Elizabeth Gilbert, por sua recuperação pessoal. Quando completou 30 anos, Liz Gilbert (interpretada por Julia Roberts) tinha a estabilidade que uma mulher moderna sonha em ter: um marido, uma casa, uma carreira bem-sucedida. Mesmo assim, como muitas outras pessoas, ela está perdida, confusa e em busca do que realmente deseja na vida. Recentemente divorciada e num momento decisivo, Gilbert sai da zona de conforto, arriscando tudo para mudar sua vida, embarcando em uma jornada ao redor do mundo que se transforma em uma busca por auto-conhecimento. Em suas viagens, ela descobre o verdadeiro prazer da gastronomia na Itália; o poder da oração na Índia, e, inesperadamente, a paz interior e equilíbrio de um verdadeiro amor em Bali.

A estréia, nos cinemas brasileiros, está marcada para a próxima sexta-feira (1º/10).

Confira o trailer:

segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Se filhos fossem violetas, pais não chorariam

“O filho sábio é a alegria de seu pai, mas o filho sem juízo é a tristeza de sua mãe.” (Prov.10,1)

Filhos e violetas, reinos diferentes. Manifestações peculiares, ambos carentes de cuidado, ora aprendizes, ora ensinando. Filhos adolescem. Violetas florescem. Filhos desafiam. Violetas silenciam. A mãe atravessa a varanda com o coração dolorido, lágrimas passeiam no seu rosto, incertezas bailam na sua mente preocupada com as experiências e negligencias dos filhos adolescentes.
Seu olhar paralisa frente às violetas, as quais lhe inspiram: “Se filhos fossem violetas, os pais não chorariam.”
Por instantes anseia. Se os filhos se tornassem violetas coloridos, serenos, sem adolescência, na casa haveria ausência de encrencas, revoltas, confrontos. Filhos sem preguiça, maduros. Filhos menos impulsivos, mais sensatos, sem festas, sem maconha nem álcool, sem transgressão, filhos somente. A mãe desperta: filhos não são violetas, são pessoas.

Filhos adolescentes, mudanças à vista  - Falando em filhos adolescentes, pontuamos acima alguns aspectos não generalizando características adolescentes, e sim alguns matizes do adolescer.
A adolescência é um ciclo vital imprescindível ao adultecer. Conhecemos pessoas “tão regradas” na juventude, adolescendo aos 40 anos, enquanto outros não se permitirão adolescer.
Na adolescência o corpo manifesta alterações. É importante elaborar a perda do corpo infantil. Alguns o escondem transformando largas roupas em escudo, proteção.
Os adolescentes demonstram novos estilos. A mãe libera-se das ofertas da loja vizinha. Filhos crescidos, gostos estremecidos.

E as emoções dos adolescentes?
A produção hormonal, além do corpo, atinge também as emoções. Adolescentes revelam-se sensíveis, irritadiços, sonolentos, desligados. Ora são alegres, ora tristes, ora expansivos, ora encapsulados.
E o quarto? Torna-se o universo do adolescente. Porta fechada sinaliza o limite da individualidade.

Pais pensando:
Dizia-me a mãe estressada: “Não suporto ver a porta do quarto do meu filho fechada, vou lá, abro, entro”. Então perguntei-lhe: -Por quê não bate na porta e pede licença para entrar?
Respondeu-me furiosa: “A casa é minha”.
Perguntei-lhe: “A casa não é dos filhos?”
Compreendemos porque alguns adolescentes vão embora...

Pais equivocados - Há pais impacientes, invasivos, briguentos também. Aí a disfarçada desculpa: trabalham, tem preocupações. Adolescentes, igualmente, tem suas dificuldades e crises existenciais. Ouvindo adolescentes percebe-se que nem sempre são eles os responsáveis pelas brigas em casa, mas pais estressados. Novamente compreendemos os pais, embora eles possuam três vezes a idade dos filhos. Quando tiverem autocontrole e maturidade, tornar-se-ão ingredientes da adultez? Aceitemos, sim, que pai e mãe não são violetas.Pena!

Medos na adolescência - Quando o adolescente sai do ciclo infantil começa a abdicar de proteção. Torna-se alvo da expectativa dois pais, avôs, tios, amigos. Espera-se que assuma responsabilidades, enfrente desafios, que dê conta dos estudos, das atividades extra-classe, do quarto, de suas roupas, da louça suja na pia, da toalha molhada após o banho, da bagunça na sala de tevê e computador. O foco é organização, o que supõem limites estabelecidos. Ele precisa aprender a organizar-se. O desempenho das tarefas o auxiliará no ordenamento das emoções e pensamentos, no pertencimento familiar, ou seja, a casa onde mora é dele. O espaço familiar possibilita-lhe uma caminhada confiante e autônoma rumo à adultez. Um dia será adulto.
A autonomia, experienciada, se tornará ferramenta que lhe possibilitará, lá bem diante, um envelhecimento igualmente saudável.
Encontramos jovens de 17 anos na faculdade, tenros e vulneráveis à pressão da sociedade consumista, a qual lhes aponta profissões promissoras num país onde se torna mais fácil passar no vestibular do que ter a carteira profissional assinada. Superando medos, experimentará suas habilidades. Medos tornam-se obstáculos e possibilidades para prosseguir. Erros e acertos se entrelaçam e constituem plataformas emocionais de autoestima. Medos e dúvidas são aprendizados.

Pais: erros e acertos - Uma jovem, 17 anos, acadêmica de psicologia, era parabenizada. Sentia-se, porém, triste. Na metade do curso, nova opção: letras! Formou-se apoiada pelos pais. Feliz!

Pais cansados, levantem!

Um pai descobriu que seu filho estava fumando maconha. Chorou. Ficou arrasado. Impotente. Culpado. Perguntou-se: “Onde errei?” Teve longa conversa com o filho, o qual foi receptivo. Após escutar o pai, o filho argumentou: “Meu pai, eu sou muito mais que essa maconha, eu não sou só isto”. O pai o abraçou. Entendeu que a maconha fora o meio torto que o adolescente encontrara para ser valorizado pelo pai.

Pais, transformem seus filhos em soluções e não em problemas.
Pais, transformem sua casa no lar de seus filhos.
Pais, cuidem da saúde corporal, emocional, mental e espiritual de seus filhos.
Pais, rezem com e por seus filhos.
Pais, valorizem seus filhos e possibilitem-lhes opções e autonomia.
Pais, descansem e retomem a jornada.
Pais, a vida é uma constante opção para a felicidade e para a realização. Violetas não fazem escolhas; filhos sim.

Maria, mãe de todos os homens e das violetas, olhe por nós. Amém!

*Texto publicado na Revista Família Cristã, Paulinas Editora, São Paulo, em setembro de 2010
**Todos os textos publicados neste blog são temas apresentados em palestras.