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sábado, 21 de abril de 2012

O casamento e o Playstation




Como os casais administram a variável Playstation nos relacionamentos? Toda geração é caracterizada por inovação e mudança. O chavão “no meu tempo...” é preconceituoso e deve ser aposentado. O Playstation compõe o enxoval da juventude do século XXI. É um brinquedo indispensável.

Recordando gerações - Mudanças culturais, antropológicas, econômicas, espirituais e tecnológicas delimitam gerações.
Geração Baby Boomers (1946/1964) - Marcada pelo fim da 2ª guerra mundial, reconstruiu seu mundo focada no trabalho.
Geração X (1965/1978) - Viveu o movimento hippie, a revolução sexual, quis paz, liberdade e o anarquismo. Esta geração pagou as contas.
Geração Y (1979/1992) - conduziu à revolução tecnológica, à globalização, à multicultura, à diversidade. Quis liberdade e flexibilidade. Mergulhou na satisfação do desejo e no consumismo.
Geração Playstation, aqui/agora - São filhos tardios da geração X e precoces da geração Y. Eles migram do vídeo game para o Playstation e computadores.

Os jogos virtuais de hoje atendem aos interesses dos meninos e das meninas. Ambos os sexos estão no páreo. Fala-se na 4ª geração: a dos jogos eletrônicos. Perguntei ao Marcio Soares, produtor de entretenimento interativo, por quê jogos eletrônicos atraem? Ele considerou que esta mídia é poderosa, possibilita imersão e conduz o jogador ao poder ativo de ação (tomada de decisão). Jogos quebra-cabeça (jornais/revistas) instigam a curiosidade, buscam de resposta. São passatempos. Jogos de Charadas desenvolvem o raciocínio lógico. Jogos eletrônicos transformam o jogador em personagem principal. Há o estímulo da recompensa. Respostas imediatas motivam a busca e a persistência. Levam à tomada de decisões e a uma visão global. No jogo de criar cidades, por exemplo, o jogador beneficia a população, viabilizando economia, saúde, educação, habitação. Habilita a cidadania. O objetivo do jogo é levar o jogador a sentir, experimentar, oferecer possibilidades impossíveis na vida real, tais como: voar, ser um monstro. Objetiva entreter e alegrar. O RPG favorece a interação e o desempenho de papel diferenciado a cada jogador.

Mudanças assustam - Os recursos tecnológicos da mídia favorecem a evolução do ser humano e trazem mudanças, mas também assustam. A geração X brincava de boneca, bicicleta, carrinho. As meninas imaginavam ser a Branca de Neve; os meninos, bombeiros, policiais. A geração X foi vitoriosa aprendiza da inofensiva máquina de datilografia. Esta geração foi marcada por olhares passivos na frente de programas televisivos. As novelas silenciavam casais.

Jogos, combinações e um casamento - Josefina, 65 anos, foi, por 40 anos, uma eterna solitária nas tardes de domingo. E o esposo? Jogando bocha e baralho com amigos. Era o Playstation da época. Agora ele voltou. Passeiam, tomam chimarrão, conversam. Bom para ambos que ela o esperou. Regina, 25 anos, casada com Raul, 28. Ele é ligado no RPG. O casal acordou um domingo ao mês para ele jogar. Regras e combinações amadurecem o relacionamento. Silvia, 22 anos, casada com Baltazar, 26. Combinaram atividades de lazer juntos. Ela no Facebook, ele no Play. Caminham, cuidam do jardim, andam de bicicleta, visitam amigos.  

Playstation/jogo: uma ameaça  para o casamento - Gente, a ameaça vem do interior da pessoa e não de fatores externos. O caminho do vício sinaliza que algo não anda bem. Jogue seu olhar nos olhos do companheiro(a). Eles lhe revelarão alegria ou tristeza. Jogue o amor de seu coração ao coração do outro. Cure-o!

Quando um dos cônjuges se encontra insatisfeito, infeliz com a  vida, e deixaram de construir projetos comuns e pessoais, há espaço para   compensações e fugas da realidade. O jogo virtual dá empoderamento e resultados imediatos, mas o jogo da vida é lento e os resultados nem sempre são os esperados.


Pessoas equilibradas, maduras, administram a vida, não obstante os ganhos e as perdas. Cuidam da mente, do coração e da vontade. Aprendem juntos a rir e a chorar.

Lembre-se: brincar é saudável.
O vício empobrece, adoece.
Amem, brinquem. Amém! 

*Este artigo é tema de palestra e foi publicado na Revista Família Cristã (Ed. Paulinas), edição janeiro de 2012.

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